A presidente da Subseção, Anne Grahl Müller, se fez presente na palestra “Implantação de Grupos Reflexivos de Gênero”, na tarde desta quarta-feira (29/03), no auditório da UCS Campus Hortênsias. O evento teve como plano de fundo a temática: “Tudo o que impede uma mulher de ser ela mesma é um tipo de violência”.
Os palestrantes:
Daniel Fauth - graduado e mestre em Direito, graduado em Psicologia e especialista em prática clínica psicanalítica, especialista em Criminologia e Direito Penal, doutorando em Psicologia, pesquisador parceiro do Poder Judiciário em intervenções com homens autores de violência e co-autor do livro "Grupos reflexivos e responsabilizantes para homens autores de violência contra mulheres no Brasil: mapeamento, análise e recomendações".
Silvia Ferreira - assistente social, pós-graduada em terapia sistêmica familiar, cursando perícia forense e com formação pelo Tribunal de Justiça nos grupos reflexivos de gênero.
O promotor de Gramado, Max Guazzelli, e a juíza da Comarca de Canela, Simone Chalela também estiveram presentes no evento, ambos falando de suas áreas de atuação. Simone, em especial, falou sobre a Casa Vitória, espaço de acolhimento, em Canela, para mulheres vítimas de violência doméstica.
Cuidado com mulheres vítimas de violência
O espaço, que é administrado pela Associação Coração de Ouro, mantida pela Prefeitura de Canela, por meio da Secretaria de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação, realizou, durante todo o mês de março, uma série de atividades dentro do projeto “Dona de Mim”, idealizado pela Assistente Social Joci Mara Rodrigues.
As atividades abertas para a comunidade contaram com a parceria do Tribunal de Justiça - 2ª Vara de Canela, CREAS e UCS Hortênsias e teve como proposta divulgar e conscientizar a sociedade sobre os problemas de preconceito, desvalorização e violência que as mulheres enfrentam no seu cotidiano.
Mais um passo a frente – serviço direcionado aos agressores
“Violência doméstica só se combate quando a gente trabalha os outros 50%. A Casa Vitória já trata das mulheres, é um espaço não só de acolhimento, mas também de tratamento de vítimas. Agora a nossa aposta é tratar os outros 50%. A violência doméstica só se combate com educação, informação e responsabilização”, disse a juíza Simone.
Com o fortalecimento das vítimas de violência doméstica e ampliação dos serviços de apoio a elas, profissionais que atuam no Fórum, Ministério Público, Defensoria Pública e Prefeitura de Canela, por meio dos atendimentos realizados na Casa Vitória, passaram a também constatar que era necessário criar um serviço direcionado para os agressores.
“Importante momento de debate e reflexão que nos dá a dimensão de que a violência doméstica, mais do que o acolhimento e tratamento das vítimas, deve fortificar ações que amenizem as estatísticas e trate também o agressor”, destaca a presidente da OAB Canela Gramado, Anne Müller.
Texto: Carla Wendt / Jornalista DRT 6412